O que é bem-estar?
De acordo com pesquisas recentes elaboradas por grupos de pesquisa em universidades americanas que decidiram trazer o bem-estar para o universo científico, como, por exemplo, a Universidade de Wisconsin – através do Madison´s Center of Healthy Minds – o bem-estar está relacionado a duas questões: Resiliência e Florescimento (do “flourishing” em inglês). Ou seja, bem-estar é sobre como nos tornamos resilientes face aos desafios, mas não somente. É sobre como posso estar no meu melhor, florescer, também quando as coisas vão bem!
E olha que boa notícia os pesquisadores concluíram: o bem-estar é uma habilidade que pode ser aprendida por nosso cérebro!
O cenário da saúde mental
Segundo Holt-Lunstad et al (2015), foi constatado que o número de pessoas em estado de solidão é maior, por exemplo, que o número de pessoas consideradas obesas. Sabemos, inclusive, que a obesidade em muitos países já é considerada uma questão de saúde pública. Essa pesquisa foi publicada em 2015, podemos imaginar como ficou essa curva potencializada pela pandemia.
Foi pesquisado como a mortalidade é afetada pelo isolamento social, a solidão e o viver/morar sozinho. Para essa pesquisa, entendeu-se como solidão o isolamento social real e o percebido. E ambos estão associados ao aumento do risco de mortalidade precoce, o que torna a solidão um fator de risco maior para a expectativa de vida das pessoas do que a própria obesidade, segundo os pesquisadores.
Também foi constatado que o nível de expectativa de vida dessas pessoas consideradas em estado de solidão já pode ser comparado ao nível de expectativa de vida das pessoas tabagistas. É um dado bastante significativo e preocupante!
Aliado a isso, sabe-se que o Brasil é o país mais ansioso do mundo, segundo a OMS, em publicação da Revista Exame de Junho de 2019. Bem-estar realmente passa a se tornar também uma questão de saúde pública!
Habilidades para desenvolver bem-estar e o ambiente corporativo
O grupo de pesquisa do Center of Healthy Minds trouxe 4 pontos que chamaram de 4 pilares para o bem-estar:
Te convidamos a passar um olhar rápido nesses 4 pilares e fazer uma breve reflexão sobre seu ambiente de trabalho, sobre suas atividades, metas e desempenho, sobre seu dia a dia. O bem-estar transcende a “vida pessoal”, está relacionado sim ao ambiente corporativo, mais do que talvez imaginamos. Consciência, conexão, insight e propósito para uma vida pessoal e profissional melhor.
Psicologia Positiva e Meditação
Quando falamos na melhoria da saúde (não somente mental), estamos falando de uma integração de saberes que irão nos ajudar a aprender o bem-estar.
É possível fazer um paralelo entre o exercício físico, treina o corpo, e a meditação, que treina a mente. E assim como manter o corpo saudável não é algo que fazemos pontualmente, senão não trará resultados, a meditação é a mesma coisa.
E não precisa ser em um quarto isolado, sentada, durante uma hora, com velas e incensos – se isso for possível, ótimo 😉 – mas bastam minutos (em geral de 3 a 7 minutos diários). Assim como não preciso correr uma maratona para ser fisicamente saudável.
E como a Psicologia Positiva pode ajudar?
Os pilares da Psicologia Positiva são: Emoções Positivas, Relacionamentos Positivos, Engajamento (Flow), Propósito, e Realização. Através dos valores humanos, ela pode ser de significativa contribuição nesse cenário, proporcionando, por exemplo, o autoconhecimento, a partir do qual podemos entender como funcionamos, acolher nossa humanidade e de outras pessoas, alavancar o que temos de melhor, tanto para momentos desafiadores quanto para momentos favoráveis.
Olha aí a resiliência e o florescimento que falamos lá no início! Psicologia Positiva também é ciência comprovada e super possível de aplicação em nosso dia a dia!
Que todos e todas possam florescer! Essa é a missão de vida de todo Ser Humano!
Referências
Dahl, C., Wilson-Mendenhall, C.D., Davidson, R.J. The plasticity of well-being: a trained based framework for the cultivation of human flourishing. PNAS, vol.117, n.51, Dezembro 2020.
Holt-Lunstad, J., Smith, T.B, Barker M., Harris, T., Stephenson D. Loneliness and Social Isolation as Risk Factors for Mortality: A Meta-Analytic Review. Perspectives on Psychological Science. APS (Association for Psychological Science), vol.19, issue 2. Março 2015.
Revista Exame (exame.com) Ciência. 05/06/2019.
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